quinta-feira, 7 de agosto de 2008

subterrâneos

O quadro não fica
onde pindura a rede
O prego não tapa
o buraco na parede
O cigarro não dá
pro buraco do dente
Poema não serve
pra quem entende.

A gente entra
no buraco da roupa
O corredor vaza
pelo buraco da porta
Eu não penso
em outra coisa.

Janela não tapa
o buraco do olho
Peneira sobra sol
pra quem é caolho
Cortina é pálpebra
ou tapa-olho?

Rádio não canta
Mesa não janta
Comida não enche
Tevê não aprende
Carro só anda
A vida não.

Um comentário:

Unknown disse...

meu deus... tenho medo(ou não)dessa sua genialidade... ;)