quarta-feira, 10 de setembro de 2008

hesitante

E se eu gritasse,
Ôco,
Por entre os dedos
Da tua língua?

E se eu ficasse
Um pouco
Pelo que restava
um grão que fosse?

E se eu descobrisse
De repente
A tua caligrafia esquecida
No antigo caderno de telefones?

E se eu gozasse,
No riso,
O acaso das tuas pernas doces?

E se eu morresse,
Um sopro,
No desejo inconsciente de um sonho?

E se eu quebrasse as xícaras
Numa manhã estranha
E andasse reticente por calçadas de domingo?

E se eu fosse?
E se eu fodesse?
E se eu falhasse?
E se eu pudesse?

Estaria eu no subjuntivo dos verbos?

Acontecesse o que acontecesse.
Nada que não é nada
As vezes
Não é nada mesmo.

Nenhum comentário: