como rabanetes
inteiros, com casca
estalam nos dentes
e combinam a cor
com o esmalte nas unhas.
como rabanetes
como se fossem maçãs
do teu rosto
engasgado
pela manhã.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
diretriz
Não dá um pio. Segura os espirros.
contando os azuleijos,
preto-branco-branco-preto
Os andares do elevador;
os segundos ímpares de cada hora
pra saber a demora da vida.
- falta muito?
Pulando os degraus,
as amarelinhas,
as cordas
do relógio.
Pisando na linha dura
das memórias tristes,
nas calçadas riscadas
com faixa de travessia,
nos tapetes de porta aberta.
- tá chegando?
Salta quando o carro pára.
Paga quando o sinal fecha.
Ergue-se imponente,
impotente,
o olhar com direção incerta.
Acerta o vestido e
sem ninguém acerca
pergunta
- para onde estamos indo?
contando os azuleijos,
preto-branco-branco-preto
Os andares do elevador;
os segundos ímpares de cada hora
pra saber a demora da vida.
- falta muito?
Pulando os degraus,
as amarelinhas,
as cordas
do relógio.
Pisando na linha dura
das memórias tristes,
nas calçadas riscadas
com faixa de travessia,
nos tapetes de porta aberta.
- tá chegando?
Salta quando o carro pára.
Paga quando o sinal fecha.
Ergue-se imponente,
impotente,
o olhar com direção incerta.
Acerta o vestido e
sem ninguém acerca
pergunta
- para onde estamos indo?
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
setembro
Primavera.
Setembro chegou nublado
com um medo às portas.
De se perder
em amarelos pálidos
até empalidecer,
de não amanhecer
de jogar fora
de sonhar em fuga.
De ir ventando,
vela em vela,
o desejo sem vontade.
Sóbrio, raquítico
paralítico.
Faz frio.
As horas escapam
porque não há
quem as prenda.
Puxo o cobertor pacificamente.
Amanha, o dia
virá sem surpresas:
Setembro ou não Setembro
há sempre o tempo e o medo.
De não saber querer
à vontade.
Sem papas na língua,
sem papos.
Querer,
até perder
a linha
e o prumo
do poema.
Setembro chegou nublado
com um medo às portas.
De se perder
em amarelos pálidos
até empalidecer,
de não amanhecer
de jogar fora
de sonhar em fuga.
De ir ventando,
vela em vela,
o desejo sem vontade.
Sóbrio, raquítico
paralítico.
Faz frio.
As horas escapam
porque não há
quem as prenda.
Puxo o cobertor pacificamente.
Amanha, o dia
virá sem surpresas:
Setembro ou não Setembro
há sempre o tempo e o medo.
De não saber querer
à vontade.
Sem papas na língua,
sem papos.
Querer,
até perder
a linha
e o prumo
do poema.
os nomes vão
Passam carros
passa gente
passam ônibus
passam a frente.
Passam nuvens,
passarinhos,
poemas
voam
do ninho.
Passa o avião
e as coisas que disfarçam
de não passarem
mas passam.
Os dias se somam
e somem
com a fome que me consumia
- tinha? ou não tinha nome?
comia meu coração.
Os dias passam correndo
com nomes, de amor ameno.
Homens vãos,
os nomes vão.
passa gente
passam ônibus
passam a frente.
Passam nuvens,
passarinhos,
poemas
voam
do ninho.
Passa o avião
e as coisas que disfarçam
de não passarem
mas passam.
Os dias se somam
e somem
com a fome que me consumia
- tinha? ou não tinha nome?
comia meu coração.
Os dias passam correndo
com nomes, de amor ameno.
Homens vãos,
os nomes vão.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
domingo, 14 de setembro de 2008
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
soluço
de repente
a poesia não faz
sentido
Reza que acalma.
Assopra que limpa.
Chora que volta.
Dorme que passa.
de repente
o sentido não faz
falta
a poesia não faz
sentido
Reza que acalma.
Assopra que limpa.
Chora que volta.
Dorme que passa.
de repente
o sentido não faz
falta
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
hesitante
E se eu gritasse,
Ôco,
Por entre os dedos
Da tua língua?
E se eu ficasse
Um pouco
Pelo que restava
um grão que fosse?
E se eu descobrisse
De repente
A tua caligrafia esquecida
No antigo caderno de telefones?
E se eu gozasse,
No riso,
O acaso das tuas pernas doces?
E se eu morresse,
Um sopro,
No desejo inconsciente de um sonho?
E se eu quebrasse as xícaras
Numa manhã estranha
E andasse reticente por calçadas de domingo?
E se eu fosse?
E se eu fodesse?
E se eu falhasse?
E se eu pudesse?
Estaria eu no subjuntivo dos verbos?
Acontecesse o que acontecesse.
Nada que não é nada
As vezes
Não é nada mesmo.
Ôco,
Por entre os dedos
Da tua língua?
E se eu ficasse
Um pouco
Pelo que restava
um grão que fosse?
E se eu descobrisse
De repente
A tua caligrafia esquecida
No antigo caderno de telefones?
E se eu gozasse,
No riso,
O acaso das tuas pernas doces?
E se eu morresse,
Um sopro,
No desejo inconsciente de um sonho?
E se eu quebrasse as xícaras
Numa manhã estranha
E andasse reticente por calçadas de domingo?
E se eu fosse?
E se eu fodesse?
E se eu falhasse?
E se eu pudesse?
Estaria eu no subjuntivo dos verbos?
Acontecesse o que acontecesse.
Nada que não é nada
As vezes
Não é nada mesmo.
sábado, 6 de setembro de 2008
confusão
Não sei o que aconteceu.
Comprei um vestido,
o café esquentou,
enquanto eu anotava
um sorriso no canto
do caderno
que não era moleskine.
Tomei um banho,
você se vestiu,
enquanto eu plantava segredos
no canto do travesseiro
que não era seu
mas era.
tocaram à porta
o cano estourou
lavaram a fronha
o táxi chegou
manchou o vestido
não tinha mais jeito
você foi embora.
Comprei um vestido,
o café esquentou,
enquanto eu anotava
um sorriso no canto
do caderno
que não era moleskine.
Tomei um banho,
você se vestiu,
enquanto eu plantava segredos
no canto do travesseiro
que não era seu
mas era.
tocaram à porta
o cano estourou
lavaram a fronha
o táxi chegou
manchou o vestido
não tinha mais jeito
você foi embora.
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
distante
a Praia de Botafogo
tem essa richa
de ficar olhando
para o céu, sem dizer
coisa alguma.
rindo de longe,
sabendo que o passante
não alcansa
o horizonte.
tem essa richa
de ficar olhando
para o céu, sem dizer
coisa alguma.
rindo de longe,
sabendo que o passante
não alcansa
o horizonte.
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