quinta-feira, 5 de agosto de 2010

noturnos

O escuro estica os lensóis
no infinito da cama
inflamando, fio a fio
até que a noite me chama.

Sussurra impuro,
imprudente, obscuro.
demora, reclama
o colchão é duro...

Não há nesta noite
um homem decente
que não entorte a verdade
no teste entre os dentes.

De barriga cheia
e alma vazia
sem nome essa gente
infame, a fama.

Um tiro sem furo
na fome procuro
até que o leite
derrama.

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