quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Vontade de arrancar
Seu resto de corpo
Feito bandaid

Amassar o estorvo
Em bola de papel
Pipocar a bolha de sabão

Rasgar votos
De seda
Rasurar o ar
Romper a costura
Do chão

Cortar todas as sobras
Limpar todas as bordas
Leve, livida, vivida
Cuspir o veneno da cobra

segunda-feira, 14 de outubro de 2013


Ser ou falar, eis a questão.
consequencias seguem
feito moscas em bananas:
Um copo aqui, palavra ali
um corpo acolá.

Verbo inutil, linguagem frivola
No paradoxo da ostra:
Abrir-se em perola é doenca
Falar na certa é drescrenca

Errar é o preceito do processo
Ficar é que causa a dor no peito
(Defeito de processador)

A pequena caixa toraxica
Do meu corpo minhon
Ressona como um tambor
Em codigo morse

Mas qualquer traducao
sera passivel de
Morte
O caminhao de lixo anuncia
o fim da madrugada
estatuas esperam
O momento da estrada

Notivagos
Tao cliches quanto
Um desenho animado
Um quadro
Um meme no facebook

Tao inocentemente
Pornograficos
Quanto o calendario
No posto de gasolina

E uma mao encosta
Com a esquina da outra
Enquanto os dois silenciam,
Ostras

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Ao cair da ponte
O mar, tanto faz,
o horizonte
Por que o dia começa
em agouro prematuro
do sol na cabeça?

Sou mais o azulado
de Venus
Em que os réus
se escondem
e o azul-luado liberta.

O sol não espalha,
esconde, atrapalha.
Não faz jus, faz batalha.

Não traduz o escuro,
por debaixo das cobertas.

Irradia, verbo engraçado
que para espalhar precisa de luz.
Prefiro as descobertas
Prefiro as ruas desertas
alertas, insones,
que a madrugada seduz.